Muitas dúvidas podem incomodar quem vai estudar no exterior. Cidade nova, clima, pessoas desconhecidas, entretenimento, roteiros turísticos, comida exótica, cultura diferente e questões de segurança são algumas das dores de cabeça. No verão (do hemisfério Norte), a cidade de Salvador, por exemplo, é bastante procurada por jovens estrangeiros que querem aprender português. Nos vídeos desta seção, acompanhe alguns importantes conselhos de moradores que conhecem tanto a cidade como as escolas de língua de lá.
Clima, comida e conversa (Angélica)
Termos úteis
Roupas frescas: roupas leves, para verão de muito calor.
Angélica: Que traga roupa bem fresca. Disposição pra comer comidas diferentes, pra provar de tudo que o país tem a oferecer, que a diversidade, realmente, em termos de verdura, legumes, de... de comidas, aqui, é maravilhosa. E que venha disposto a aprender o português, que é uma língua, realmente, fascinante.
Angélica: They should bring very light clothing. A willingness to eat different foods, to try everything the country has to offer, because the diversity here, in terms of produce, of foods, is really wonderful. And they should come willing to learn Portuguese, which is a really fascinating language.
Eliana: Traga pelo menos um dicionário. Acho que é o primeiro, né, se você está vindo pela primeira vez ao Brasil, né, se você está saindo da primeira vez, pela primeira vez do convívio… é… dos seus familiares, não é? Se você não fala ou não domina bem a língua do país, em primeiro lugar realmente é o dicionário. Em segundo lugar, ao chegar no país, qualquer informação que você necessite, que você precisar, procurar sempre órgãos e pessoas competentes para informá-los. Por exemplo, delegacia de turismo… é… os pontos turísticos da cidade, os guichês de informações dos aeroportos, dos portos, das rodoviárias, enfim, não buscar informação com qualquer pessoa na rua, com qualquer transeunte. Então é por uma questão mesmo de segurança. Então procurar sempre pessoas autorizadas, competentes para qualquer tipo de informação.
Eliana: Bring at least a dictionary. I think it’s basic, right, if you are coming for the first time to Brazil, you know, if you are leaving your family for the first time, right? If you do not speak or have not mastered the language of the country, the first thing is really a dictionary. The second thing, when you arrive in the country, any information you need, always look for qualified agencies and people to give you information. For example, the office of tourism, the tourist sites in the city, the information booths at airports, at ports, at bus stations, in short, don’t seek information from anyone on the streets, from any passerby. It’s really for safety reasons. So always look for qualified, competent people for any type of information.
As três baianas (Rômulo)
Termos úteis
Acarajé: palavra que vem de acará (peixes) + jê (palavra iorubá que significa comer); prato típico afro-brasileiro feito com peixes, camarões e pimenta.
Baiana: natural da Bahia; vendedora de iguarias típicas da culinária baiana, como o acarajé.
Rômulo: Bom, eu tenho algumas dicas sobre Salvador que eu acho assim indispensáveis, né, ah... que você… é… siga. Uma delas é experimentar o acarajé. Experimente o acarajé no Rio Vermelho, em três baianas. É… você pode cada dia ir numa diferente. É… uma é Cira, que fica no Largo da Mariquita, a… a outra baiana é Dinha, que é a mais antiga que tem, é o estande de acarajé mais antigo… é… há mais de sessenta anos, e perto de Dinha você tem o acarajé de Regina. Então prove você mesmo os acarajés e decida qual é o mais gostoso.
Rômulo: So, I have some tips about Salvador that I find essential for you to follow. One of them is to try acarajé. Try acarajé at Rio Vermelho, from the three baianas. You can go to a different one each day. One of them is Cira, at Largo da Mariquita, the other baiana is Dinha, the one who’s had the acarajé stand the longest, over sixty years, and by Dinha you have Regina’s acarajé. Try them and decide for yourself which one is the best.
Desencontros, surpresas e conquistas
Mesmo o mais experimentado dos viajantes se surpreende com novas aventuras. Imagine, então, um marinheiro de primeira viagem! Às vezes, um abraço pode assustá-lo. Passo a passo, porém, a língua fica mais clara, os amigos vão surgindo, os pratos ganham mais sabor... A vida, enfim, se torna divertida. Conheça, a seguir, algumas histórias de desencontros em Salvador.
Palavras cruzadas (Eliana)
Termos úteis
Desconcertada: constrangida, chateada.
Filha americana: estudante dos Estados Unidos, hospedada em sua casa.
Eliana: Nós saímos uma noite, inclusive pra comemorar o aniversário de um dos meus filhos, fomos a uma churrascaria. Na churrascaria, tudo muito bem tranquilo, comemos bastante, a minha filha… é… americana também tava lá. No momento, quando terminamos o… a… a refeição, que íamos para a sobremesa, num instante alguém que fazia parte da mesa conosco me fez uma pergunta. E a resposta seria “não, não e não”. E nesse momento em que eu disse o “não e não” a nossa filha levan… ia… estava se levantando para ir buscar a sobremesa. E ela entendeu que o não era pra ela, então ela sentou… volt… deu uma meia volta, sentou toda desconcertada à mesa e ficou morrendo de vergonha. Aí eu tive que explicar à ela que o “não” não era pra ela, o “não” era pra pergunta que haviam me feito. Então, foi uma situação bastante engraçada mesmo, que inclusive isso aconteceu justamente na primeira semana que ela estava aqui. Então, foi um fato bastante engraçado mas… é… ela terminou entendendo que foi uma… uma brincadeira.
Eliana: We went out one night to celebrate one of my son’s birthday, we went to a steak house. At the steak house everything was fine, we ate quite a bit, my American daughter was also there. When we finished the meal and were going to have dessert someone at our table asked me a question. And the answer would have been “no, no and no”. And the moment I said “no and no” our daugher was getting up to go get dessert. She understood that the no was directed at her, so she sat down, kind of went around and sat down all embarrassed. Then I had to explain to her that the “no” was not to her, the “no” was to the question that they had asked me. So it was a funny situation, and it happened right on the first week she was here. It was very funny but she understood that it was a joke.
Lícia: Ah, a menina num... ela não queria comer, e era só McDonald’s, manhã, tarde e noite era McDonald’s ali na Graça e... mas isso ficou durante dois meses. Eu... eu tive... ela teve a oportunidade de... de... dela fazer passeios comigo e o que acontecia? Onde ela chegava, queria ir, queria o McDonald’s. Meu filho levou ela pra comer uma caranguejada na... em Piatã, ela saiu pra procurar um McDonald’s. Levei pra Ilha de Maré, também McDonald’s, eu tive de voltar da Ilha de Maré pra poder... é... procurar um McDonald’s pra ela, não fiquei dois dias lá, não, eu fiquei um dia só! Eu fui pra passar três dias! Então pra ela foi difícil, mas depois que ela... ela conheceu realmente, depois de um mês, que ela começou a comer feijão, arroz, é... entendeu, que eu dizia que era bom pra saúde, ela foi se acostumando e... e hoje ela pede: "Minha mãe, eu quero feijão e arroz" pela internet, porque eu... eu bati muito nisso. Outra coisa que ela também... ela... ela se acostumou foi comer um... um camarão do João, sabia até a música, lá na Barra. Então... é... tem um... um senhor que vende esse camarão, comida de... da... de rua, apesar que eu a... eu fico preocupada, né? A gente d... dá uma alimentação sadia e sempre eles tão na rua comendo outras coisas, quando sempre ficam... ficam doente (doentes), minha preocupação maior é a alimentação deles.
Lícia: Oh, the girl didn’t... she didn’t want to eat, it was just McDonald’s, morning, afternoon and evening it was McDonald’s over there at Graça, this happened for two months. She had the opportunity to go sightseeing with me and what would happen? Wherever she went, she wanted McDonald’s. My son took her to eat crab in Piatã, she went looking for a McDonald’s. I took her to Maré Island, she wanted McDonald’s, I had to come back from Maré Island to go look for a McDonald’s for her, I stayed there not even two days, I stayed only one day! And I went to spend three days! So it was hard for her, but after she got to really know, after a month... after she tried beans, rice, she understood that I said it was healthy, she started to get used to it, and today she asks on the internet: “Mom, I want beans and rice”, because I insisted a lot on it. Something else she got used to was eating shrimp from João, up at Barra, she even knows the music from there. He is a man who sells this shrimp, this street food, even though... I worry, right? We feed them healthy food but they are always eating something else on the street and get sick, my biggest concern is feeding them.
Timidez só no começo (Angélica)
Termos úteis:
Pendurar no pescoço: gíria para demonstrar o momento do abraço afetuoso, mantendo-se demoradamente com os braços ao redor do pescoço do outro.
Pós-graduação: curso superior feito depois que o estudante recebe o grau de bacharel. Neste segundo momento, o aluno estudará para receber os graus de mestre e doutor.
Angélica: E ela chegou aqui muito assustada na minha casa. Ela era uma menina muito franzina, já era uma menina de pós-graduação, tinha 32 anos, mas chegou muito assustada. E aí, quando eu fui abraçar ela, que ela chegou aqui na minha casa, ela ficou assim toda dura, toda tensa, muito assustada, e aí foi muito engraçado, que ela não falava nada, e eu pouco entendo de inglês também, e aí eu comecei: "O nome disso é faca, garfo, óculos, almofada", comecei a mostrar todas as coisas pra ela, e ela... com uma semana, ela já falava, e com uma semana ela chegava todos os dias pra almoçar e se abraçava comigo, se pendurava no meu pescoço: "Oh, mãe, como é bom quando eu chego em casa, que eu te abraço". Eu... aquilo pra mim era, assim o máximo, porque uma semana antes, quando eu abracei ela pela primeira vez, ela ficou tão tensa que parecia que eu tava agredindo ela, na realidade eu, dando uma demonstração de afeto, e... e isso foi uma coisa assim que ela se assustou inicialmente, e no fim de uma semana ela se pendurava no meu pescoço e dizia que era muito bom chegar em casa todos os dias. É, um fato assim, muito... que pra mim, me toca muito no meu coração, porque eu acho que realmente o carinho que eu tô demonstrando, e a atenção que eu dou, eu acho que tá sendo, assim... surgindo um bom efeito.
Angélica: So, she got to my house very scared. She was a very petite girl, she was a thirty-two year old graduate student, but got here really scared. When I hugged her when she got to my house, she was all tight, all tensed up, really scared, and it was funny because she didn’t speak a word, and I understand very little, so I said: “This is called a knife, a fork, eyeglasses, pillow”, I started to show her everything and she... after a week she could already speak, after a week she would arrive for lunch and hug me, she would always be with me: “Oh, mom, it feels so good to get home and hug you”. To me that was awesome because a week before, when I hugged her for the first time, she was so tense that it seemed like I was hurting her when in reality I was demonstrating affection, and that was something that scared her at first, but after a week she would hug me and say how good it felt to come home. This really touched my heart because it makes me think that the affection I’m giving, the attention I’m giving is having a good effect on them.
Simpatia e confiança
É importante estar bem informado sobre a família que vai acolher você, e sua escola ajudará nisso. Para evitar que detalhes de fácil solução, como tabaco e horários, atrapalhem sua temporada no exterior, siga as dicas dos vídeos desta seção.
Eliana: Só tive dois filhos, então aqui em casa o pessoal costuma dizer que eu gosto de hospedar as meninas pra poder substituir uma filha que eu não tive. E no fundo eles têm ver... eles têm razão. Então... e o questionário também enviado por ela, também casou com as minhas expectativas, com os... com os costumes, praticamente, que nós temos: não fumam... aqui em casa não fumamos, não bebemos, não é, não temos esses há... esse hábito, então deu certo por isso.
Eliana: I had only two sons, so at home they say that I like to host girls to make up for the daughter I didn’t have. Deep down they’re right. Also, the questionnaire she sent matched my expectations, specially regarding our habits: we don’t smoke at home, we don’t drink, we don’t have those habits, so it worked out because of that.
Angélica: A gente vai e tem um álbum com toda... ah... um questionário que o aluno faz (preenche) na faculdade. Aí você escolhe como o seu coração manda, pela aparência, pelo sorriso, porque você achou que aquela pessoa tem tudo a ver com você, e também pelo questionário, você vê. Eu, por exemplo, tenho dois cãezinhos. Eu nunca vou escolher uma pessoa que não goste de cão, então eu... é... o... a primeira coisa que eu vejo, se gosta de animais. Segunda coisa: que não fume, que eu não... não... não... não suporto fumo. E vou pela carinha, pela intuição do coração. Quando eu olho, vejo que tem um sorriso aberto, tem um sorriso franco, é esse que é meu filho, na hora já tá adotado.
Angélica: There’s an album with the questionnaire the students filled out back at school. So you choose with your heart, by the looks, the smile, because you think that person is into the same things as you, and also through the questionnaire. For example, I have two dogs. I’m never going to pick someone who doesn’t like dogs, so it’s the first thing I look for, if they like animals. The second thing is not smoking, I can’t stand smoking. And I go by the looks, by my heart’s intuition. When I look I see if a person has an open and sincere smile, that will be my son, I adopt him right away.
Festa, estrelas e fagulhas
O dia de São João é 24 de junho. Mas na Bahia a festa dura cinco dias. Muitos moradores de Salvador aproveitam o período para viajar ou fazer outros programas longe das fagulhas das fogueiras. Confira.
Emanuel: Bom, esse São João eu ainda não tenho nada programado, mas provavelmente a gente vai pra o interior, né, passar o São João. Aí passa no interior e termina as festas, a gente retorna pra casa novamente.
Emanuel: Well, this year I still don’t have anything planned but we’ll probably go to the interior to spend São João. So we spend it on the interior, the festivities end, we come back home.
Angélica: Aqui em Salvador – eu estou aqui há dois anos e meio – eles têm uma cultura muito grande de viajar, assim. E… eu, no momento, ainda não tenho planos.
Eliana: Well, we still don’t have any plans for our São João, but we usually go to the city of Cachoeira.
Ambiente familiar
A expectativa com relação aos cursos de meio de ano não é apenas de quem vai para Salvador. É também da família que acolhe em sua casa os estudantes vindos do estrangeiro. Conheça algumas mães de família que já tiveram essa experiência.
É gratificante (Eliana)
Termos úteis:
Mãe hospedeira: a mãe que hospeda o estudante durante o período do intercâmbio.
Eliana: Ser uma mãe hospedeira, pra mim, é muito gratificante porque além da… de aprender também com vocês que estão vindo até nós, certo, acreditamos que também vocês possam aprender muito com a gente, nossos valores, nossos costumes, nossas crenças. Ser mãe hospedeira é um aprendizado novo, é um aprendizado gostoso e bastante, bastante gratificante mesmo, muito bom.
Eliana: Being a host mom is very gratifying to me because besides learning with you who come to us, you know, we believe that you can also learn a lot with us, our values, our customs, our beliefs. Being a host mom is a new learning process, it’s very enjoyable and truly rewarding.
Como filhos de verdade (Angélica)
Termos úteis:
Emprestada: gíria para demonstrar uma situação temporária em que a família que hospeda o estudante passa a ser a própria família dele.
Angélica: E a minha vida inteira eu passei sendo mãe, e continuo sendo mãe, mãe emprestada dos meninos do intercâmbio que chegam à minha casa e que eu tenho o maior prazer de cuidar deles, de fazer comidinhas pra eles, de trocar experiências, de ensinar os deveres que eu acho... as tarefas como eles chamam, de ensinar as tarefas, e continuo exercendo a minha função que é essa, de cuidar, de... ali... fazer com que ele [o aluno] realmente aprenda a língua prazeirosamente porque às vezes você aprender uma língua, se você não está com uma família, se torna mais difícil, né, e eu no dia a dia vou corrigindo eles e mostrando a eles sempre, quando falam errado eu digo: "Ó, vou corrigir, hein? Todas as vezes que falar errado, eu vou corrigir", e corrijo eles, e todos que estiveram aqui em minha casa retornaram, e se correspodem comigo por e-mail, e me mandam fotos, e são como filhos mesmo, que viajam de volta pros seus afazeres mas não perdem o contato com a mãe.
Angélica: I was a mom all my life and I continue being a mom, a borrowed mom to the exchange kids that come to my house and that I am delighted to care for, cook for, to exchange experiences with, to help with their homework, and I continue to exercise my role to really help the students learn the language pleasantly because sometimes learning a language is harder, if you’re not living with a family, you know, I correct them a bit every day, when they say something wrong I say: “I’m going to correct you, ok”? And everyone who has stayed at my house came back, we exchange e-mails, they really are like children who went back to their commitments but don’t lose contact with their mom.
Receber bem e acompanhar (Lícia)
Termos úteis:
Mãe hospedeira: a mãe que hospeda o estudante durante o período do intercâmbio.
Lícia: Ah, uma mãe hospedeira pra mim é receber bem o... o aluno, é acompanhar ele principalmente na chegada. Eu acho que ele tem que tertoda atenção. Então eu acho que mãe hospedeira é isso: estar sempre conversando, principalmente na hora das refeições, que eu faço muito isso, eu fico sempre no... ou o café da manhã ou o almoço com ele sentado pra tirar algumas dúvidas.
Lícia: Well, being a host mom to me means welcoming students, assisting them on their arrival. I think they need a lot of attention. So this is what I think being a host mom is: to always talk to them, especially at mealtimes, I do that a lot, I always sit with them at breakfast or lunch to answer questions.
Que coisa mais estranha!
Por mais preparado que esteja o estudante, alguma surpresa ele terá. Se não fosse assim, a viagem não valeria a pena. Depois, as lembranças desses momentos acabam ficando as mais firmes da viagem. Conheça algumas histórias contadas pelas mães hospedeiras nas quais os estudantes se surpreenderam com alguns sabores e costumes tipicamente brasileiros.
A comida típica (Eliana)
Termos úteis:
Estranhar: considerar pouco familiar, diferente dos próprios costumes.
Eliana: Das experiências que eu já tive o que eu achei mais difícil pra eles no início da convivência é a questão da alimentação, né, estranhando talvez o tempero, é… a alimentação no… novos alimentos que talvez não tenham o costume de… de… de fazerem hábito na sua terra, então a principal dificuldade aqui realmente, no início, é a alimentação.
Eliana: Of all the experiences I’ve had I can say that the hardest for them at the beginning is the food issue, you know, the unfamiliarity with the flavors, new foods that may not be usual in their countries, so the main difficulty here at the beginning is food.
Novos sabores (Angélica)
Termos úteis:
Estranhar: considerar pouco familiar, diferente dos próprios costumes.
Angélica: Ah, eu acho que o diferente aqui que eles acham mesmo é a comida, que eles acham maravilhosa, e a maneira do brasileiro ser, muito afetuosa. O brasileiro é um povo muito... é... simples, muito amoroso, muito... muito afetivo, e o brasileiro... ele abraça muito, ele pega muito, ele gosta de beijo, de contato físico, e eles inicialmente... eles estranham muito isso, mas com uma semana já estão adorando, eles passam a gostar muito desse... desse carinho, dessa... dessa demonstração de afetividade.
Angélica: Well, what I think they find different is the food, they think it’s wonderful, and also how Brazilians are affectionate. Brazilians are very simple, very loving, very affectionate, they hug a lot, they touch a lot, they like kissing, they like physical contact, and at the beginning students find it strange, but after a week they love it, they start to enjoy these demonstrations of affection.
Bom relacionamento é fundamental
A família com quem o aluno vive durante sua temporada em Salvador só tem a ajudá-lo. Conversas em português nativo e espontâneo, dicas de passeios, informações sobre segurança e tudo o mais. Por isso, o bom relacionamento com a família brasileira é decisivo.
Lícia: É… é… eu esper…a m…a minha esperança com o aluno é que ele se dê bem com toda a família… é… tenha o diálogo, entendeu? Tenha um horário… um horário pra… pra sua alimentação, um horário pra sair, que ele v… venha com… com s… seus costumes mas também que ele… ele comece a olhar o lado da família que se preocupa com ele, com tudo, né? Então a minha preocupação quando… quando eles… eles chegam, sempre eu converso, entendeu, com eles e digo: “Olhe, o nosso horário é este e você tem que ter… apesar de… de você ter seu… sua independência lá… lá fora, aqui já é um pouco diferente”. Mas todos concordam e… e fica tudo bem. A única coisa que a gente sente muita diferença é a internet, né? Eles… não sei como… é… a internet pra eles… já tive aluna de… de ficar três dias no quarto, só na internet. Pra almoçar, pra comer, era muito difícil. Eu não sei como é que essa… essa menina conseguia… como é que ela vive desse jeito. Foi… foi m… foi uma experiência diferente. Eu batia no quarto dela, chamava pra comer, ela não queria horário pra nada porque a internet pra ela era em primeiro lugar. Ela não… ela não… ela não… foi uma das alunas que… ah, ela não conseguiu… é… é… fazer um bom relacionamento com os próprios colegas porque não ia pra festa, não… não saía porque o negócio dela era internet. Era 24 horas no quarto.
Lícia: My expectations for the student is that they get along with the family, that they keep the dialogue open, you know? That they have a schedule for their meals, for going out, that they bring their customs but that they consider the family that worries about them, about everything, right? So my concern when they arrive is... I always talk to them and say: “Listen, this is our schedule and even though you are independent out there, it’s a bit different here”. The only thing we find difficult is the internet, you know? The Internet for them... I’ve had a student that would stay three or four days in her room, on the Internet. Having lunch, eating was very hard. I have no idea how this girl lived like that. It was a different experience. I would knock on her door calling her to eat, she didn’t like any schedule because the Internet would come first to her. She didn’t even create relationships with her own friends because she wouldn’t go to parties, she wouldn’t go out because her thing was the Internet. She stayed in her room for 24 hours.
Eliana: É… como… é a preocupação normal de qualquer mãe, né? Assim como a gente se preocupa com a educação, os costumes, os valores, o modo de se comportar, os vícios, né, dos nossos filhos, a minha preocupação também é a mesma com os filhos que eu vou receber, né? Então é essa, acho que é uma das preocupações, porque de qualquer maneira é um conhecimento, é um novo conhecimento, é algo novo, tanto pra mim como… que estou recebendo, como pra eles que estão vindo. E como é novo, é desconhecido, geralmente causa uma certa preocupação, não é? Então é esse o fato, mas também a preocupação de ser uma boa mãe hospedeira e de que eles também se sintam bem na minha casa.
Eliana: It’s any mother’s concern, right? Just as we worry about raising our kids, their habits, their values, their behavior, their vices, my concerns are the same for the students I host, you know? So I think this is one of the main concerns because it’s something new, not only for me hosting them, but to them coming here. And because it’s new it’s also unknown, it always generates some worries, right? This is a fact, but my concern is being a good host mom so that they feel comfortable at my house.
Angélica: O que eu espero de todos que venham à minha casa é que tenham muito amor no coração, que tenham muita paz e que realmente seja uma experiência maravilhosa pra eles porque aqui na minha casa é uma casa que eu digo sempre pra eles quando eles colocam o pé aqui, eu digo: "Aqui é sua casa, você vai ser tratado aqui como meu filho, e eu vou ser sua mãe, eu vou cuidar pra que tudo seja maravilhoso pra você."
Angélica: What I expect from those who come to my house is that they have a lot of love in their hearts, a lot of peace and that it’s really a wonderful experience to them because at my house I always tell them when they set foot here: “This is your house, you will be treated here as my child, and I will be your mom, I will make sure everything is wonderful for you”.